quarta-feira, março 28

40 anos antes de Al Gore... Paulo VI

É bem conhecido o axioma (mais ou menos assim): "A Igreja é retrograda e atrasada".
Num artigo de opinião de Graça Franco na 1ª página da Rádio Renascença com o título "Outra verdade inconveniente" esta forma de pensar parece ser contrariada.

Afinal, já muito antes de Al Gore chamar a atenção para os custos ambientais e os problemas causados pelo desenvolvimento tinham já sido alertados por Paulo VI na sua encíclica "Populorum Progressio" em 1967.

É, concerteza, uma outra verdade inconveniente que muitos não querem ouvir falar.

"Não aceitamos que o económico se separe do humano; nem o desenvolvimento, das civilizações em que ele se incluiu. O que conta para nós é o Homem, cada homem, cada grupo de homens, até se chegar à humanidade inteira."

Esta frase, citada na carta encíclica “Populorum Progressio”, é um bom resumo da visão cristã do desenvolvimento dos povos consagrada pela Igreja, a 26 de Março de 67.

Nesse texto, Paulo VI, o “advogado dos pobres”, defendia o “desenvolvimento como nome da paz” e lançava um apelo veemente aos homens para que desenvolvessem uma acção organizada, de modo a colocar a economia ao serviço de todos e prosseguir “o desenvolvimento integral do Homem e (o desenvolvimento) solidário da humanidade”.

“Herdeiros das gerações passadas e beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos, temos obrigações para com todos, e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois de nós aumentar o círculo da família humana” afirma a carta que inclui outra citação profética: “O Homem pode organizar a terra sem Deus”, mas “sem Deus só a pode organizar contra o Homem. Humanismo exclusivo é humanismo desumano”.

Passaram mais quatro décadas na história do Planeta e poderíamos hoje acrescentar à frase de Lubac: “o Homem pode organizar a terra sem Deus mas, sem Deus, só a pode organizar contra o Homem” e... contra a Terra…

Quarenta anos antes de Al Gore a Igreja liderava a revelação desta “Verdade Inconveniente!"


Graça Franco, RR

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