terça-feira, abril 17

Túmulo de Jesus... será mesmo?

Foi criada uma grande espectativa com a transmissão do documentário sobre a "Código de Cristo - Túmulo de Jesus Perdido" no passado domingo.
O documentário é realmente feito com profissionalismo, pelo menos para leigos na materia. São mostradas provas científicas com testes de ADN, com os maiores especialistas em bíblia, arqueologia e estatística. Para quem toma por certa a verdade de que tudo o que passa na TV é verdade, pode ter ficado perturbado ou mesmo até convencido de que tudo é verdade.
Porém, não é assim. Felicito a SIC pela iniciativa do debate breve exibido logo no final do documentário, mas suficientemente esclarecedor de que há muitas coisas mal explicadas, mesmo do ponto de vista científico. Neste debate a SIC convidou o P. Carreira das Neves, conhecido biblista franciscano e ainda uma especialista em provas de investigação forenses. Que o conhecido biblista levantasse dúvidas em muitas afirmações e conclusões precipitadas e, diria mesmo, mal intencionadas, não me admiro.
Porém, do ponto de vista científico, a especialista forense deixou bem claro que há procedimentos científicos mal efectuados ou, pelo menos, não esclarecidos suficientemente, parecendo até mesmo que alguns testes científicos não foram feitos prepositadamente porque os resultados da sua realização poderiam por a descrédito as conclusões forçadas que a equipa de investigação teimou em chegar.
- Porquê fazer testes de ADN dos ossários que supostamente continham os ossos de Jesus, se esses testes poderiam ser feitos aos próprios ossos, entretanto enterrados?
- Pelos testes de ADN feitos aos supostos ossários de Jesus e de Maria Madalena, pode-se concluir que esses ossos não provinham da mesma linhagem, ou seja, que não podiam ser parentes. E essa é a única conclusão dos testes de ADN. Porque correr em concluir que então Jesus e Maria Madalena foram casados? Não será que a tese já foi apresentada pelo Código da Vinci e agora se quer forçar arranjar provas científicas para confirmar essa tese? No mesmo túmulo haviam mais ossários, supostamente de familiares de Jesus. Não podiam esses ossos ser parentes do conteúdo de um dos outros ossários?
Disto se retiram algumas conclusões:
1. Há de facto uma luta e perseguição à Igreja no sentido de a por em descrédito;
2. Há de facto uma campanha para lançar dúvidas nos crentes, muitos deles pouco profundos na sua fé;
3. É de louvar todas estas investigações desde que sejam bem intencionadas;
4. Pode-se não acreditar em Jesus Ressuscitado, mas Ele continua a andar na boca, na mente e nas consciências de muita gente.

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6 Comments:

At 18 abril, 2007 09:40, Blogger Luis Carlos said...

Olá Filipe,

Sou eu novamente.

Também eu vi o documentário, não na íntegra, mas deu para perceber as intenções daquelas pessoas. Não vi o mini-debate, por isso aqui vou dizer o que penso sobre isto.

Acredito que o corpo físico de Jesus ainda existe nesta Terra, agora, se está ali ou acolá, para mim, é irrelevante, pois o que eu sinto por Jesus não se altera em nada se encontrarem o seu corpo. É a mensagem que me interessa mais, claro que o mensageiro dá credibilidade à mensagem pelas suas acções, mas é a mensagem que é divina, não é um amontoado de ossos que me vai aumentar a minha fé.

Estas pessoas só fizeram este documentário devido à crendice que existe em relação às chamadas relíquias dos santos, e de como tanta gente busca nessas relíquias mortas e sem cheiro de vida, a esperança que a vida vivida não lhes dá.

Quanto às tuas conclusões, digo-te:
1. A Igreja não precisa de ninguém para a pôr em descrédito, ela já faz isso a ela própria, especialmente por parte da hierarquia.
2. A dúvida nunca fez mal a ninguém, até é muito salutar, é sempre uma boa oportunidade de crescer na fé.
3. Concordo contigo, a ciência deve ser feito com todo o rigor possível.
4. Eu acredito em Jesus e na sua mensagem, mas não acredito no Jesus inventado pela Igreja.

Até já,
Luís Carlos

 
At 18 abril, 2007 17:47, Anonymous Anónimo said...

Também vi o documentário e concordo com a tua análise. Fizeram um trabalho de promoção do evento muito boa porque despertaram a curiosidade dos telespectadores. NO entanto, foi um documentário muito fraquinho. Mesmo que a SIC não tivesse promovido o debate, mas ainda bem que o fez, o debate levanta muitas questões mas não apresenta conclusões muito convincentes.Ficam dúvidas no ar. Pergunta: Será este acontecimento o S.Tomé dos nossos dias? Será esta uma provocação à nossa fé? Penso, que deste ponto de vista, é um documentário feliz. A procura de respostas pode aprofundar a nossa fé.

 
At 19 abril, 2007 00:09, Blogger Filipe Resende said...

Caro amigo Luís Carlos!
Bemvindo a este blog e obrigado pelos teus comentários.
A razão pela qual este documentário pode ser bastante polémico é o facto de a provar-se que os ossos de Jesus existem quer dizer que Ele não ressuscitou em corpo e alma como o dizem os próprios evangelhos. Ora, se Jesus não tivesse ressuscitado (como o querem provar estes e outros ataques à fé manifestada pelas Igrejas cristãs, não só a católica!) tudo o que é hoje religião seria uma "fantochada"! E é esse o objectivo de tais documentários, de tais teorias.
Concordo contigo numa coisa, pelo menos: que mesmo que até Jesus tivesse casado, tivesse tido filhos (longe de qualquer das minhas convicções de fé!) isso nada abalaría a experiência de Jesus, filho de Deus, na minha própria vida. Não necessito de provas científicas para ter a certeza de que Ele existe. Provei-o já muitas vezes na minha vida.
Entendo o que possas querer dizer por não acreditar no Jesus que a Igreja "inventou", mas deixa-me dizer-te que não há experiência de Jesus senão for vivida também em Igreja, em comunidade. Podemos correr o risco de ficar só no sentimento do Jesus que descobri na minha vida. Jesus Vivo e Ressuscitado é muito mais que um sentimento... é vida na vida das pessoas.
Um bem haja e volta sempre!

 
At 19 abril, 2007 00:17, Blogger Filipe Resende said...

Amigo João Pedro,
Olá! Bemvindo a estas paragens cibernéticas!
Uma fé que necessita ser confirmada pela ciência, deixa de ser fé para tornar-se numa evidência concreta.
Todas estas investigações são motivadas por muito mais razões do que aparentemente uma busca sincera da verdade. Elas procuram minar e ridicularizar a fé de milhões de cristãos(que nunca pode ser cientificamente demonstrada porque deixaria de ser fé!). Por isso não creio que sejam somente manifestação dos S. Tomé dos nossos dias. É algo bem mais profundo e anti-cristão, no sentido de derrotar a força de Jesus Vivo e Ressuscitado.
Mas concordo contigo que estas investigações podem de facto ajudar-nos a aprofundar as razões da nossa fé.
Um abraço grande e amigo. Beijinhos à Carla!

 
At 19 abril, 2007 14:46, Anonymous Anónimo said...

Boas Filipe,

Relativamente aos propósitos do documentário, como cristão, e tendo sido transmitido no Segundo Domigo de Páscoa, eu interpretei aquele documentário à luz dos nossos dias e tentando colocara-me na “pele” dos apóstolos da época de Jesus Cristo. Uma noticia tão maravilhosa, redentora, como a Ressureição teve diferentes impactos. Sendo assim, a questão fulcral do documentário foi para mim a “provocação” à nossa fé, à verdade das nossas acções. Imbuído pelo espírito Pascal, eu perguntava-me se aquele documentário não seria mais do um teste à nossa fé e uma provocação para vivermos mais de acordo com os propósitos de Deus Pai.
O documentário, num plano mais formal e objectivo pretende desmistificar a religião e tudo aquilo em que acreditamos, ao tentar provar que Jesus não Ressuscitou pelo identificação das suas eventuais ossadas. Este era o objectivo dos produtores do documentário. Um golpe publicitário! A ciência está suficientemente evoluída para nos ajudar a interpretar o que nos rodeia e a interpretar melhor as mudanças, as consequências dos nosso actos ao longo dos tempos…..contudo, não consegue responder a tudo……e nós continuamos a procurar. Não me refiro ao velho debate ciência e religião, muitas vezes abordados na disciplina de Religião e Moral, mas sim à mensagem que decifro neste documentário: será que passados tantos anos depois da morte e ressurreição de Jesus Cristo, ainda a sentimos e vivemos? Sei que a Igreja tem lugares próprios para este debate. Jesus convida-nos a sentarmo-nos à sua mesa com Deus Pai e a comungar o pão e o vinho…mas também nós na vida “civil” podemos corresponder mais e melhor com actos de fé e esperança. Foi com esta visão romântica que assisti ao documentário pois senti-me provocado, uma vez mais, a acreditar ser ter visto, sem precisar de provas físicas ou materiais que Deus existe e que é Amor….Mesmo que existam pessoas que tentem usar a ciência e a sua tecnologia para tentar provar o contrário…porque a ciência quando bem usada é um bem essencial. O problema é quando pessoas sem escrúpulos tentam distorcer a realidade dos factos ou usar a seu belo prazer…..mas este é outro debate.
Um grande e forte abraço dos amigos Carla e João.

 
At 05 maio, 2007 00:58, Anonymous Anónimo said...

É lógico que há uma intenção nesse documentário: é arrasar de vez com a fé Cristã.
Como diz S. Paulo : se Jesus não rescusssitou, somos os mais infelizes dos homens.
Nada faz sentido sem a proclamada ressureição.
Infelizmente há também por aí muitos padres baralhados e com discursos perigosos, até para os mais fiéis.

 

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