Deus não castiga... só sabe AMAR!
É verdade que já não ando por estas bandas há muito tempo!!!! A vida tem sido bem atarefada...
Entretanto, nas entrelinhas, deixo-vos também a notícia que depois de 6 anos de serviço em Portugal, vou regressar no final do Verão para o Quénia. Sim... custou, mas já é oficial! Assim que irei dando notícias por estas bandas. Espero!
Mas vamos à razão da publicação desta mensagem: foi escrita por um grande teólogo leigo que neste momento está a lutar contra um cancro, o Dr. José Dias. E isto é importante! Dá muito mais sentido ao que escreve... e ao que pensa. Aí vai:
Castigo de Deus
Recentemente a actriz Sharon Stone classificou o terramoto, ocorrido na China a 12 de Maio e que matou mais de setenta mil pessoas, como um castigo de Deus, pelo "modo como os chineses tratam os tibetanos".
A ideia não é nova e pelo menos Homero já a utilizava. Logo a abrir a Ilíada, o sacerdote de Apolo, Crises, queixa-se por lhe terem raptado a filha. Então…
Enfureceu-se o deus contra o rei e por isso espalhara entre o exército uma doença terrível de que morriam as hostes.…
Mais tarde, foram os discípulos de Jesus que perante a cura do cego de nascença perguntavam: "Mestre, quem teve a culpa de ter nascido cego: ele ou os pais?". De pouco adiantou a recusa de Jesus em aceitar tal explicação: "Nem ele nem os seus pais" (Jo 9,2.3).
Mais recentemente, o cardeal Siri veio também dizer que a sida era um castigo de Deus.
É já altura de deixarmos de maltratar Deus e culpá-lo das nossas burrices. Muito do nosso sofrimento é causado pelos nossos erros, pelos erros dos outros ou pela dinâmica de uma natureza que é tão imperfeita como nós. Mas é tão cómodo culparmos Deus.
Coitado de Deus! Deus que é Amor puro, oblativo, comunicativo.
Mas até aqueles que acreditam que Deus é Amor, arranjam maneiras para distorcer esse Amor. Deus castiga porque ama; e quanto mais sofrimento mandar, maior é o seu amor. Tenho ouvido tantas vezes isto, especialmente agora que estou doente!
E, no entanto, Jesus para nos mostrar o Amor de Deus contou aquela parábola lindíssima do filho pródigo. Deus é o Pai que espera todos os dias o regresso do filho pecador. E quando ele regressa e nem sequer se acha digno de ser escravo na casa paterna, o Pai manda aos seus servos: "Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado" (Lc 15, 22-24).
Como é bom acreditar num Deus assim que está sempre disposto a amar-nos e parece que nem sequer chega a tomar consciência dos nossos pecados!
Obrigado Zé Dias por tão delicioso desabafo! Conta com a nossa oração!
Etiquetas: Amor, Castigo, Deus, José Dias da Silva
4 Comments:
Muito bonito. Tudo o que aqui acabo de ler.
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Pe. Filipe...
Este post está muito interessante. Marcou-me algumas coisas que voce mencionou e irei ficar com elas na memória...
Um abraço e boa missão,
Francisco Martins
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