quinta-feira, março 19

Umas palavras sábias

Não resisto à tentação de transcrever aqui dois pequenos textos que me parecem muito adequados ao que se está a viver no mundo de hoje, mas sobretudo em Portugal.
- O primeiro sobre a paternidade e maternidade que se está a tentar tornar em "progenitidade", assim mesmo, neutro, sem identidade.
- O segundo sobre a falta de moral e ética que se vive no meio da crise financeira actual.
Vale a pena ler.

NOTA DE ABERTURA - 1ª Página da RR (Rádio Renascença) - 19/03/2009

Para qualquer criança, pai e mãe são insubstituíveis. Cada qual com o seu papel e com a sua responsabilidade. Ambos indispensáveis à salutar formação dos fi lhos; ambos indispensáveis à renovação das gerações.
Neste momento, assistimos em Portugal à tentativa de mudar a cabeça dos portugueses. Convencendo-os, por exemplo, que o papel de mãe e de pai pode ser desempenhado, de forma indiferenciada, por mulheres ou por homens. Os pais passam a ser classifi cados como progenitores, eliminando as diferenças criativas que distinguem o homem da mulher; alimentando a ilusão de que é indiferente uma criança ser criada apenas por dois homens ou apenas por duas mulheres.
A paternidade assim vista, parece um direito absoluto que qualquer um pode exercer; um capricho banal, manipulável por interesses, ideologias ou jogos partidários.
Mas, antes de mais, a paternidade tem que ser encarada na óptica dos fi lhos e não apesar deles;
um verdadeiro dom, assumido com amor, ao serviço dos mais novos.
Um amor sem limites. Educa, mas respeita; forma para a liberdade, mas não agride; ajuda as
crianças, mas não pretende torná-las fotocópias dos pais.
Um amor assim lembra o modelo de paternidade, chamado São José. Que a Igreja celebra a 19 de Março. E celebrar São José é a melhor forma de celebrar a paternidade e o dia do Pai.

PONTO DE VISTA - UMA QUESTÃO DE DECÊNCIA -
1ª Página da RR (Rádio Renascença) - 19/03/2009

Obama quer recorrer a todos os meios legais para impedir que os gestores da AIG recebam prémios referentes a 2008, no valor de 165 milhões de dólares. A empresa americana AIG é a maior seguradora mundial e teve de ser socorrida pelo governo dos Estados Unidos para não falir. Já recebeu 173 mil milhões de dólares do bolso dos contribuintes americanos. Na Grã-Bretanha o primeiro-ministro G. Brown insurgiu-se contra o ex-presidente do Royal Bank of Scotland ir receber uma soma milionária. É que este banco apenas foi salvo pela entrada de dinheiro dos contribuintes britânicos. É provável que tanto os administradores da AIG como o ex-presidente do RBS tenham razão no plano legal, porque aqueles benefícios estavam previstos nos seus contratos.
Mas o ponto é outro: é de ordem moral. Quando milhões de pessoas sofrem na pele os efeitos desastrosos da gestão daqueles senhores, seria de elementar decência eles renunciarem aos tais bónus. Mas decência é algo que parece escassear nos meios fi nanceiros. O que explica, em boa parte, a crise global em que estamos.

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