domingo, março 19

Sexo na Escola?!?!?


A manchete do Correio da Manhã de hoje: Sexo em 3000 escolas. O artigo anuncia que no próximo ano lectivo 3000 escolas irão ter aulas de Educação para a Saúde (incluindo Educação Sexual).

Comento: Educação Sexual ou Sexo nas escolas? Creio que o mesmo título manifesta a grande confusão que vai na cabeça das pessoas. É certo que somos o país da Europa com mais casos de gravidez precose. É necessário tratar do problema. Mas... será que estamos a seguir o caminho certo? Ñão caberá aos pais falar desses assuntos aos seus filhos? Dizemos que não estão preparados. Ok! Então os professores, que também são pais, já estão preparados! Em que ficamos?
Creio que antes de falarmos aos mais jovens sobre este tema tão central da nossa vida temos que aprender nós a viver com a sexualidade em nós mesmos. A sexualidade vai muito para além do sexo. A sexualidade deriva antes de tudo da nossa afectividade, da nossa capacidade de amar. Porque sexo ou sexualidade sem amor, perdoem-me a expressão, é simplesmente satisfação animalesca dos nossos instintos de sobrevivência. Os animais não têm afectividade nem amor nos seus instintos de sobrevivência. Nós, humanos sim! Pelo menos assim deveriamos ter. Cuidado para não acabarmos como os animais: ter sexo para sobrevivência.
Podeis perguntar: que sabe um padre destas coisas? Bom... sei só uma coisa: pelos comentários dos adolescentes com quem vivo todos os dias, parece que o tema suscita mais curiosidade em experimentar sensações do que propriamente comportamentos de prevenção. A distribuição gratuita de pílulas e perservativos nas escolas pode prevenir casos de gravidez precose. Mas... será a atitude correcta para formar homens e mulheres sexuados afectivamente? A relação sexual é algo de muito íntimo. A virgindade é aquilo que mais íntimo e sagrado temos na nossa vida afectiva. Dá-la ou desbaratá-la com qualquer um@ que aparece na esquina é deixar-nos sem a mais sublime intimidade pessoal para dar à pessoa amada da nossa vida.
Mais algumas perguntas que ficam para reflectir:
- Temos professores maduros e preparados para falar sem tabus, mas com responsabilidade, sobre esta realidade aos adolescentes e jovens?
- Dar pílulas e preservativos a quem os peça é a solução?
- Estamos conscientes dos efeitos secundários maléficos do uso regular da pílula por adolescentes e jovens? Não ouço falar destas realidades... serei surdo ou não interessa saber?
Creio que a manchete do diário, sem o querer, anuncia a realidade que teremos se não abordamos da forma correcta esta questão: vamos ter sexo nas escolas! Só faltará mesmo criar salas de "chuto" sexuais nas escolas!
Já agora... vale a pena pensar nisto! E dêem ouvidos à mãe e investigadora Clara Pinto Correia no mesmo artigo.

1 Comments:

At 23 março, 2006 00:05, Blogger Filipe Resende said...

Esta é uma questão complexa..., mas inevitável, nas nossas escolas. Como professora (e educadora) julgo-me à altura, mas...essa não é a situação da maioria dos colegas...isto se entendermos a sexualidade como totalidade...antropológica, claro está!

Penso que nós, cristãos, temos de saber estar à altura, fundamentando em termos antropológicos e afectivos aquilo que, muitas vezes, passa como mero moralismo! E aí (nesse nível básico e, julgo, de todo indesejável...) limitamo-nos a contrariar, sem nada oferecer, tudo qto alguns por aí fazem: sexualidade=a falar de DST's e/ou de métodos anticonceptivos...

Convém não esquecer aquilo que diz: a sexualidade diz respeioto à nossa totalidade de "ser pessoa"...como tal, uma realidade positiva, criada por Deus como MARAVILHOSA! Estou a dizer isto porque muitas vezes até fico a pensar que será o contrário...refiro-me aos "discursos" que era suposto serem e explicitação da Palavra de Deus (homilias) de alguns seus colegas. Na realidade não são nada disso... Que, Deus Lhes valha e a mim me dê fé suficiente para "acreditar" naquilo que dizem!!!!

Todo este esforço tem de começar pela família, passando pelas homilias, catequeses,... Estaremos nós, cristãos, a prepararmo-nos para isso? Ou, pelo contrário, vamos criticando aquilo que já é uma realidade em muitas escolas?!

Contudo, apesar de não parecer, e apesar destas interpelações, concordo plenamente consigo...

Fátima Rodrigues

 

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